sábado, 25 de junho de 2011

A nova geração bielorrussa


Como a principal surpresa desta edição da Euro sub-21, a Bielorrússia não conseguiu chegar à final, mas irá disputar os Jogos Olímpicos, após ter vencido a República Tcheca por 1x0.

Assim como havia dito na postagem anterior, esta seleção não é brilhante tecnicamente e ainda por cima, não contava com seu principal destaque, o atacante do Dinamo Minsk Vladimir Yurchenko, que se lesionou poucos dias antes da competição.

Já na fase de qualificação, a seleção comandada por Georgi Kondratyev ficou na segunda colocação do grupo 10, perdendo no saldo de gols para a Escócia. Nos "play-offs", os bielorrussos enfrentaram a Itália. Acabaram perdendo o primeiro confronto por 2x0, mas venceram em casa por 3x0, com dois gols de Yurchenko.

Sendo formada basicamente por jogadores que atuam no país, exceto o capitão Sivakov que joga no Cagliari e Voronkov do ucraniano Kryvbas, a Bielorrússia teve como ponto forte seu sistema defensivo, pese ter tomado 3x0 da Suíça.

O goleiro Aleksandr Gutor (BATE) foi exigido demais em todos os jogos, dada a forma com que a equipe joga e não comprometeu de forma alguma. Tanto que foi para muitos, dentre eles eu, o melhor jogador da Euro sub-21.

A dupla de zaga foi formada por Yegor Filipenko (BATE) e Sergei Politevich (Dinamo Minsk), dois jogadores fortíssimos fisicamente e ótimos tecnicamente. Filipenko inclusive foi o autor do gol que deu a classificação para os Jogos Olímpicos, faltando dois minutos para o fim do jogo contra a seleção tcheca.

Na lateral-direita jogou Oleg Veretilo (Dinamo Minsk), jogador muito bom defensivamente, mas que pouco apoiava ao ataque, dado o esquema. Pelo lado esquerdo Sergei Matveychik (Gomel) mostrou-se um pouco mais limitado tecnicamente, mas tinha mais liberdade para subir.

À frente da zaga jogou o capitão Mikhail Sivakov (Cagliari) que, apesar de volante, mostrou uma qualidade enorme e por vezes avançava aos 3/4 do gramado, com muita liberdade.

Os outros setores do meio é que variaram um pouco. Aleksandr Perepechko (Dinamo Minsk), substituto de Yurchenko, atuou em praticamente todos os jogos, tanto pela esquerda quanto pela direita e não rendeu de forma esperada. Vale destacar que ele não estava na campanha de qualificação e sua convocação acabou sendo uma surpresa.

Pavel Nekhaychik (BATE) conquistou a vaga no flanco esquerdo do meio-campo no decorrer da competição. Como não poderia ser diferente, ele tem grande qualidade de marcação e muita velocidade. Nekhaychik acabou tomando a posição de Nikita Bukatkin (Naftan), um jogador com mais qualidade, que não jogou bem. Bukatkin começou jogando pelo lado direito, tendo Perepechko pela esquerda e, ao introduzir Nekhaychik no time, Kondratyev passou o camisa "10" para o lado direito.

A dupla formada por Stanislav Dragun (Dinamo Minsk) e Dmitri Baga (BATE) protagonizou a principal jogada bielorrussa, pois os dois invertiam de posição constantemente. Vejam bem, teoricamente esta seleção era armada em um 4-4-2 com um losango meio. O enganche deste losango era um dos dois meias já citados, enquanto o outro encostava mais no ataque. E quando a inversão entre os dois acontecia, a marcação se confundia demais. A seleção dinamarquesa que o diga.


No ataque dois jogadores ganharam mais espaço e terminaram a Euro inclusive como titulares. O primeiro é Andrei Voronkov (Kryvbas) que na verdade não é um "9" puro, mas sim um segundo-atacante. O segundo é Maksim Skavysh (BATE), jogador que acabou entrando bem e acrescentou o que faltava à Bielorrússia, presença de área.

Depois deste feito histórico, há de se olhar com mais atenção para esta seleção bielorrussa, que esteve longe de demonstrar um futebol bonito, mas dentro de deu estilo de jogo foi muito bem.

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